Teatro de Contêiner recebe Elã

Foto: Roberto Setton Montagem entrelaça oito histórias em diferentes tempos e espaços e variadas linguagens cênicas A partir de 20 […]

Foto: Roberto Setton

Montagem entrelaça oito histórias em diferentes tempos e espaços e variadas linguagens cênicas

A partir de 20 de novembro o Teatro de Contêiner, em São Paulo, recebe a curta temporada de “Elã”, montagem da Companhia Mungunzá. Embora envolto num embroglio judicial com a prefeitura de São Paulo, que pede seu despejo (a ordem foi adiada, mas não cancelada), o Teatro de Contêiner segue realizando espetáculos. Recentemente foi eleito pela Folha de S. Paulo o melhor teatro de até 100 lugares.

“Elã” foi contemplado pela 41ª edição da Lei de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativas, estreou no SESC Pompeia e é resultado do método “A Escrita na Cena”, desenvolvido em 2008, pela atriz, diretora, dramaturga e produtora Isabel Teixeira.

Segundo Teixeira, “A Escrita na Cena” parte da premissa de que toda atriz e todo ator são escritores, que escrevem com o corpo, voz e com o espaço durante a cena. Cada artista escolhe um local e enquadramento, liga a câmera e improvisa por um determinado tempo. Em seguida as filmagens são transcritas, preservando as ideias, ações e sensações que emergem de forma bruta e espontânea.

“Elã” é uma criação coletiva dos sete atores que integram a Cia Mugunzá Léo Akio, Lucas Beda, Marcos Felipe, Pedro das Oliveiras, Sandra Modesto, Verônica Gentilin e Virginia Iglesias – e por Dilma Correa, convidada para este trabalho, mãe dos atores Marcos e Pedro.

Durante 120 minutos, acompanhamos no palco da região central da cidade, oito histórias construídas a partir da pulsão individual de cada artista, se passando em diferentes linhas espaço-temporais, vibrando simultaneamente. Entre elas, a de uma mãe que após perder o marido luta para criar os filhos e que reacende a sexualidade reprimida em suas ancestrais, através de uma retomada do poder feminino.

Em outro momento um homem descobre na morte, o maior empreendimento capitalista de todos os tempos e cria a empresa “Animador de Velórios”. Isabel Teixeira ressalta que as histórias não têm hierarquia entre elas.

“Não há história protagonista. Mais do que destacar um ponto de vista individual, o processo teatral, aqui, protagoniza o espaço, uma ambiência, que rege o movimento, organiza os corpos e define os ritmos da narrativa. As histórias são um exercício de fabulação; fabular é algo inerente a qualquer ser humano. A sua fabulação é tão potente e poderosa quanto a minha e quanto a de uma criança, que para na praça pra ver um teatro de rua, por exemplo”, atesta a dramaturga.

“Elã” fica em cartaz no Teatro de Contêiner até 30 de novembro, com várias sessões e entrada franca, basta retirar o ingresso na bilheteria do teatro ou pela plataforma Sympla. Confira abaixo.

SERVIÇO
“Elã”, uma produção da Cia. Mungunzá de Teatro a partir do Livro de Linhas
Temporada: de 20 de novembro a 30 de novembro
Às sextas e segundas, às 20h; aos sábados, às 19h; aos domingos, às 11h
Teatro de Contêiner – R. dos Gusmões, 43 – Santa Ifigênia, São Paulo
Ingressos: Gratuitos
Retirada de ingresso via plataforma Sympla – https://www.sympla.com.br/produtor/teatrodeconteiner
Ingressos presenciais distribuídos 1h antes de cada sessão.
Classificação: 16 anos
Duração: 120 minutos
Acessibilidade: espaço acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

Nelson de Souza Lima

Nelson de Souza Lima

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