Foto: Ronaldo Gutierrez
Montagem aborda a crença, ou não em Deus, guerra, nazismo, condição e defeitos humanos
Escrita no começo da década de 90 “O Visitante” (Le Visiteur, no original), marcou a estreia dramatúrgica do franco belga Éric-Emmanuel Schmitt. Desde a primeira montagem na França, em 1993, a peça foi traduzida para vários idiomas, como grego e polonês, com temporadas na Alemanha, Reino Unido, Canadá, Itália e outros países.
No Brasil a estreia aconteceu em 1995 com Cláudio Cavalcanti (1940-2013) no papel principal. Abordando temas complexos como crença ou descrença em Deus, guerra, nazismo e defeitos humanos, “Freud e o Visitante” terá curta temporada no Teatro FAAP, em São Paulo, a partir de 22 de outubro.
Encenada e produzida pelo Grupo TAPA a montagem traz direção de Eduardo Tolentino de Araújo e elenco com Adriano Bedin, Anna Cecília Junqueira, Brian Penido Ross e Bruno Barchesi. No palco somos transportados para Viena, precisamente no dia 12 de março de 1938, quando os alemães invasores decretam a Anschluss, anexão do Estado Federal da Áustria à Alemanha nazista. Enquanto ocorre a invasão/anexão conflitos internos do “Pai da Psicanálise”, Sigmund Freud (1856-1939) são explorados.
Eduardo Tolentino apresenta um ambiente dúbio, não naturalista, como num sonho. Durante 80 minutos a trama se desenrola no consultório do médico psicanalista onde vemos objetos específicos freudianos, reproduzindo fielmente sua característica cadeira e o divã com tapete persa.
Com a Áustria invadida e no limiar da Segunda Guerra Mundial a Princesa Marie Bonaparte e o cônsul americano insistem na partida de Freud, mas ele resiste. Por duas razões: os alemães exigiam que Freud assinasse um documento, contando que foi bem tratado por eles. Outra razão era o fato de que o médico já estava com 82 anos, os últimos 16 com um câncer na boca e gostaria de terminar seus dias na terra natal.
Porém, Anna, filha de Freud é presa pelos nazistas para interrogatório, fazendo a história tomar outro rumo. Tudo se complica ainda mais quando um estranho visitante chega e o imprevisível jogo psicológico se acentua.
“Freud E O Visitante” é uma peça factível, cujo tema me é caro. É uma alegoria sobre Freud. Brian Penido Ross tem o humor e a ironia certa para interpretar o personagem”, atesta Eduardo Tolentino.
SERVIÇO
Freud e o Visitante
De 22 de outubro a 20 de novembro
Teatro FAAP – R. Alagoas, 903 – Higienópolis, São Paulo – SP, 01242-902
Temporada: Quartas e quintas, às 20h. Duração: 80 minutos
Classificação: 14 anos
Ingressos: Mezanino: R$ 80,00 (inteira) / R$ 40,00 (meia) /Plateia: R$ 120,00 (inteira) / R$ 60,00 (meia)
Capacidade: 510 lugares
Texto: Eric-Emmanuel Schmitt
Direção: Eduardo Tolentino de Araujo.
Elenco: Adriano Bedin (Nazista), Anna Cecília Junqueira (Anna Freud), Brian Penido Ross (Freud), Bruno Barchesi (Visitante)
Inf: https://teatrofaap.showare.com.br/Default.aspx?EventId=201&sw_sc=internet&trk_eventId=201