Osso duro de viver

Foto: Guarim de Lorena Dramédia mostra astro do rock decadente que lamenta não ter morrido O que Robert Johnson (1911-1938), […]

Foto: Guarim de Lorena

Dramédia mostra astro do rock decadente que lamenta não ter morrido

O que Robert Johnson (1911-1938), Jimi Hendrix (1942-1970), Janis Joplin (1943-1970), Jim Morrinson (1943-1971), Kurt Cobain (1967-1994) e Amy Winehouse (1983-2011) têm em comum? Além do fato de serem astros atemporais da música há a mórbida coincidência de terem morrido muito jovens. Todos nos deixaram aos 27 anos de idade, o que ficou conhecido como “Clube dos 27”.

Suas trajetórias trouxeram sucesso, fama glamour, assim como, fracassos, dores físicas e sofrimento emocional. Mas e quando um rock star lamenta o fato de não ter morrido aos 27 anos, entrar em decadência, sofrer por estar vivo, fazendo disso uma tragédia pessoal?

Ai a solução é correr para o teatro e conferir “27’s”, montagem que inaugura a Sala Experimental Teatro Estúdio, em São Paulo, com estreia no dia 22 de novembro. Escrito por Daniela Pereira de Carvalho e direção de Gustavo Rodrigues é o primeiro monólogo de Augusto Zacchi dando vida ao roqueiro fictício Virgílio.

Escrita durante a pandemia, “27’s” foi inspirada pelas trajetórias dos astros citados e a dialética entre sucesso e fracasso, glória e sofrimentos pessoais. “Adoro saber das biografias, saber do ser por trás das obras. Isso alivia a pressão, o compromisso com a felicidade, a promessa maravilhosa de atingir o jardim do éden. O direito de errar, da imperfeição, são aspectos que encontramos quando se conhece profundamente a vida de outra pessoa”, diz Gustavo Rodrigues.

Focada em histórias que dispensam alegorias ou enfeites a montagem traz algumas das canções mais emblemáticas do rock and roll, sendo parte fundamental da encenação.
“É arte, é imortal. A música é o que restou dessas vidas excepcionais, que influenciaram gerações. Ela continua representando seus criadores em discursos ácidos e sociais, provocando as novas gerações. Em 27’s, transitamos por momentos marcantes da vida dessas estrelas do Rock, através de suas canções e pulsões criativas, o que acaba oferecendo ao público um deleite diante da beleza de algumas obras primas”, ressalta Gustavo Rodrigues.

Para Augusto Zacchi que, durante sessenta minutos nos apresenta ao roqueiro decadente Virgílio, o roteiro não acusa, nem defende nada. “Expõe o lado humano e artístico, de pessoas que viveram no limite, com as glórias e desastres que a fama e o sucesso podem provocar. Ter sobrevivido, na verdade, é a grande tragédia do Virgílio, personagem que guia a peça. Ele lamenta não ter morrido como eles. Como ele mesmo diz, virou um cadáver que respira. O que aconteceu? Por que ele entrou nesse clube e convive com eles? Por que não morre? E porque sobreviveu, são perguntas que aguçam a curiosidade do público no decorrer da peça”, aponta o ator.

“27’s” fica em cartaz na região central de São Paulo até 21 de dezembro com sessões aos sábados e domingos. Confira.

SERVIÇO
27’s
Estreia 22 de novembro de 2025.
Temporada: De 22 de novembro a 21 de dezembro de 2025. Sábados às 19h e domingos às 20h.
Duração: 60 minutos.
Classificação: 16 anos.
Ingressos: R$50 meia / R$100 inteira
Link de venda: www.sympla.com (ou presencial na bilheteria do teatro)
Teatro Estúdio – Sala Experimental
R. Conselheiro Nébias, 891 – Campos Elíseos, São Paulo – SP
Capacidade: 30 lugares.

Nelson de Souza Lima

Nelson de Souza Lima

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