
História de Caieiras aos 67 anos: dos fornos de cal à emancipação, sua gente, cultura, memória viva e o legado preservado por gerações.
São 67 anos de comemoração, seus fornos de cal, suas tradições e cultura, sua gente e com a memória viva daqueles que ajudaram a sustentar a Cidade dos Pinheirais
Caieiras nasceu do trabalho, da terra e do fogo.
Seu nome tem origem direta nos fornos de cal, conhecidos como caieiras, estruturas onde se produzia a cal a partir de minerais ricos em carbonato de cálcio, insumo fundamental para a construção civil em um Brasil que avançava rumo à industrialização no século XIX. Foi em torno desses fornos que surgiram os primeiros núcleos de ocupação e, com eles, a identidade de uma cidade que aprenderia cedo a transformar recursos naturais em desenvolvimento.
Naquele período, o país vivia intensas transformações, às vésperas da Proclamação da República. A cal era estratégica em um tempo conhecido como o “século da engenharia”. Ao redor dos fornos, formou-se um dos primeiros núcleos habitacionais planejados para trabalhadores livres do Brasil, antecipando-se à abolição da escravatura, que só seria efetivada em 1888. Famílias de imigrantes, especialmente italianas, fincaram raízes ali, e delas nasceram os primeiros caieirenses.
A vocação inovadora de Caieiras logo se ampliaria. Ainda no final do século XIX, a produção industrial ganhou novo impulso, inserindo a cidade em um ciclo tecnológico pioneiro no Estado de São Paulo. O trem já fazia parte dessa história, não como promessa futura, mas como elemento estruturante, ligando Caieiras a outras regiões, permitindo o escoamento da produção, o deslocamento de trabalhadores e a circulação de ideias.
Em torno do núcleo fabril, consolidou-se uma comunidade viva, social e culturalmente organizada. Operários trabalharam, constituíram famílias, educaram filhos e criaram laços profundos. Bairros e vilas se formaram, a vida comunitária se fortaleceu, e gerações inteiras cresceram entre o trabalho, a escola, a fé e as festas populares. Durante décadas, a história da cidade se confundiu com a história desse núcleo industrial, que funcionava como um verdadeiro centro social.
Mas Caieiras não se resumia a ele. Fora desse núcleo, especialmente a partir da década de 1930, a cidade começou a ganhar novos contornos. O surgimento da Cresciúma, atual centro, a abertura de vias, o loteamento de áreas antes pouco ocupadas e o crescimento populacional impulsionaram também o amadurecimento social e político da comunidade. Aos poucos, consolidava-se o desejo de autonomia.
Ainda ligada a Franco da Rocha, Caieiras passou a se organizar politicamente. Comissões comunitárias, mobilização popular e forte sentimento de pertencimento conduziram ao movimento emancipatório. Em 1958, após um plebiscito de resultado expressivo, a vontade do povo prevaleceu. No dia 14 de dezembro de 1958, Caieiras conquistava sua emancipação político-administrativa.
Hoje, 67 anos depois, a cidade segue sua trajetória, carregando no presente a força de um passado construído por gente simples, trabalhadora e determinada, uma brava gente que fez de Caieiras muito mais do que um território: fez um legado.
Essa história foi registrada com profundidade no livro de Celina de Jorge Graziano Peres, obra que não surgiu de forma isolada, mas como consequência natural de décadas de publicações originais e genuínas realizadas por ela no Jornal Regional News, que se mantém ativo até hoje também nas redes sociais. Ao longo de 33 anos de história, o jornal construiu um acervo vivo da memória de Caieiras e da região, mantendo um compromisso permanente com a cidade, com seu povo e com a verdade dos fatos.
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Com o advento da internet, muitos passaram a copiar e republicar conteúdos. Ainda assim, a força dessa narrativa que foi construída com cuidado editorial, rigor histórico e profundo respeito humano permanece única e intransferível.
Foi a partir da escuta direta, das entrevistas com homens e mulheres que viveram e ajudaram a construir Caieiras, que a jornalista pôde escrever com propriedade cada texto de seu livro, preservando a memória viva da cidade.
O ano de 2025, no entanto, foi atípico e marcado pela dor. Pela primeira vez na história do jornal e de sua editora combativa, não houve uma dedicação específica às comemorações do aniversário da cidade. Caieiras — e, sobretudo, Celina — perdeu uma de suas vigas mestras: Arão Peres, falecido em 02 de outubro de 2025. Companheiro de vida, sustentáculo humano e força silenciosa, Arão esteve ao lado de Celina por toda a sua trajetória, fortalecendo-a até o último dia.
Neste 14 de dezembro, data em que Caieiras celebra seus 67 anos de emancipação, o luto se torna ainda mais intenso. Nesta mesma data, Celina e Arão completariam 40 anos de união, as bodas de esmeralda, tradicionalmente celebradas junto ao aniversário da cidade que ambos amaram, defenderam e ajudaram a contar ao longo de suas vidas.
A coincidência dessas datas — a da cidade e a do casal — sempre foi símbolo de pertencimento, compromisso e amor à história local. Em 2025, transforma-se em silêncio respeitoso, memória e saudade. Não como ausência de homenagem, mas como reconhecimento de que algumas dores pedem recolhimento antes da palavra.
Porque também isso faz parte da história de Caieiras: honrar seus construtores, suas famílias, seus afetos. E compreender que a memória de uma cidade não se escreve apenas com fatos, mas com vínculos humanos que atravessam gerações.
E quando se fala em memória viva, Caieiras nos lembra que: “lembrar não é ficar preso ao passado, mas criar raízes para continuar crescendo”.
Há cidades que vivem apenas no presente, outras que sobrevivem presas ao que já foi. Caieiras escolheu outro caminho: o de reconhecer sua história, registrar seus passos e transformar lembranças em identidade coletiva.
É desse compromisso com a memória, com nomes, rostos, datas e afetos que nascem obras capazes de atravessar gerações e manter viva a alma da Cidade dos Pinheirais.
Você pode conhecer detalhes históricos da Cidade dos Pinheirais — A Saga de uma Brava Gente, através do livro que não apenas conta a história de Caieiras, mas devolve à cidade o direito de se reconhecer em sua própria trajetória.
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Caieiras segue.
Com seus pinheirais, seus fornos de cal, sua gente e com a memória viva daqueles que ajudaram a sustentá-la.



