Um grupo de pais e professores se reuniram na Praça Pró Polo para buscar soluções para as escolas da cidade
Foi na segunda-feira que um grupo de professores da rede municipal de Caieiras realizou uma manifestação na Praça Pro Polo, acompanhados de pessoas comuns que pararam para ouvir, apoiar a fortalecer a mensagem dos educadores que protestavam pela valorização profissional, equiparação do piso salarial para o magistério, implementação de um plano de carreira, contratação de mais profissionais e melhoria das condições de trabalho nas unidades educacionais. A intenção foi chamar a atenção para os problemas de infraestrutura que, apesar de reformas recentes, está apresentando situações iguais ou até piores ao que havia anteriormente às reformas. São questões que envolvem a segurança e o bem-estar dos alunos e professores. Plano de carreira e questões salariais também foram abordadas.
Foto: Reprodução redes sociais
“Carta Aberta em Defesa da Educação Pública, Gratuita e para Todos!
Caros e caras munícipes caieirenses,
Somos professores das escolas municipais de Caieiras e viemos respeitosamente por meio
desta Carta Aberta dialogar com vocês sobre a situação da educação pública municipal, que está sendo oferecida aos seus filhos e filhas. A realidade é dura, inclusive, convidamos cada um de vocês a visitarem a escola em que seu filho estuda para confirmar o que estamos apresentando nesta Carta.
Nossa rede, atualmente, passa por muitos problemas: falta de funcionários, remuneração precária, funcionários da limpeza totalmente sobrecarregados, falta de professores e especialistas – principalmente de artes e educação especial. Na limpeza, são poucos funcionários para dar conta da demanda na escola, na merenda, muitos são contratos como “bolsistas” e “estagiários”, trabalham muito para ganhar muito pouco, há escolas que estão desde o início do ano sem aulas de artes, sem contar as salas que tiveram o professor afastado, por motivos de saúde ou qualquer outro, e ficaram praticamente o ano inteiro tendo aulas com um professor diferente por dia, inclusive tendo coordenadores, diretores e inspetores de alunos ficando nas salas devido à falta de professores na escola.
Algumas escolas foram reformadas recentemente e os problemas estruturais continuam: goteiras, chove dentro da escola, professores de educação física trabalhando no pátio porque não têm quadra, rachaduras, problemas no encanamento, falta de acessibilidade para pessoas com deficiência, algumas quadras estão cheias de fezes de pombo e a responsável pela limpeza não dão conta e muitos outros problemas que não foram sequer resolvidos com as reformas das escolas tão bem divulgadas pela atual gestão.
O transporte público que leva as crianças para escola, carrega até três pessoas por banco, sem cinto de segurança. Os motoristas e as monitoras se desdobram para oferecer o mínimo de segurança aos seus filhos. Não temos mais condições de pedir transporte para passeios culturais, porque falta transporte. Nas escolas estamos nos desdobrando para arrecadar dinheiro com festas, eventos a rifas, porque praticamente não temos apoio da atual gestão para as necessidades do dia a dia.
Os professores são mal remunerados, estão sobrecarregados com salas lotadas e burocracias intermináveis, recebem abaixo do piso salarial proporcionalmente à Lei Federal, mas ainda assim se esforçam para fazer o melhor dentro dessas condições. Nosso Plano de Carreira está totalmente defasado e a atual gestão sequer busca abrir as portas e, de fato, dialogar com os professores.
Esta Carta Aberta é para que vocês se unam a nós por uma escola melhor, que garanta justiça social aos filhos da classe trabalhadora e cobrem dos governantes municipais que eles cumpram com os direitos das crianças e dos trabalhadores da educação, por uma educação pública, gratuita e de qualidade para todos.”
