Alexandre de Moraes e Donald Trump numa novela política onde o judiciário brasileiro, um ex-presidente americano e um ex-líder brasileiro criam um conflito que ultrapassa fronteiras. Essa é a realidade do Brasil em julho de 2025, com Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), no centro de uma disputa que envolve Donald Trump, Jair Bolsonaro e a soberania nacional.
Alexandre de Moraes, conhecido por sua atuação firme em investigações sobre fake news e ameaças à democracia, tornou-se alvo de críticas intensas, tanto internas quanto internacionais. Donald Trump, reeleito em 2024, escalou o conflito ao impor sanções contra Moraes, alegando perseguição a Jair Bolsonaro, seu aliado ideológico.
O Supremo Tribunal Federal, guardião da Constituição, enfrenta pressões para limitar seus poderes, enquanto apoiadores de Bolsonaro veem nisso uma chance de revanche.
Essa história começou em 2019, com inquéritos que polarizaram o Brasil, e atingiu um novo patamar com as ações de Trump, incluindo o uso do Global Magnitsky Act, promulgado pelo Congresso dos EUA em 2016, que permite sanções a indivíduos estrangeiros por abusos de direitos humanos.
O que está em jogo não é apenas o futuro de Alexandre de Moraes ou Jair Bolsonaro, mas o equilíbrio entre justiça, liberdade de expressão e relações internacionais. Vamos explorar essa narrativa como se estivéssemos desvendando um quebra-cabeça, peça por peça, com clareza e um toque humano, como se eu estivesse contando essa história para um amigo curioso durante um café.
As origens do conflito: Alexandre de Moraes e o Supremo Tribunal Federal na mira
Tudo começou em 2019, quando Alexandre de Moraes assumiu a relatoria do Inquérito das Fake News no Supremo Tribunal Federal. A missão era clara: combater a disseminação de desinformação e ameaças contra as instituições democráticas.
Mas o que parecia um esforço para proteger a democracia rapidamente virou um campo de batalha. Moraes ordenou buscas, apreensões e suspensões de contas em redes sociais de figuras ligadas a Jair Bolsonaro, como influenciadores e políticos. Para muitos brasileiros, ele era um defensor da ordem; para os bolsonaristas, um juiz que extrapolava seus poderes, silenciando vozes dissidentes.
O Supremo Tribunal Federal, com seus 11 ministros, é a última palavra em questões constitucionais no Brasil. Decisões monocráticas – aquelas tomadas por um único ministro, como Alexandre de Moraes – são comuns, mas também controversas.
Em 2020, durante a pandemia de COVID-19, Moraes determinou a remoção de conteúdos que promoviam tratamentos sem comprovação científica ou questionavam a segurança das urnas eletrônicas. Isso enfureceu Jair Bolsonaro, que via essas ações como ataques diretos à sua base de apoio e à sua narrativa política.
Donald Trump, então presidente dos EUA, ainda não estava diretamente envolvido, mas já observava com interesse, dado seu próprio embate com plataformas de mídia e acusações de censura.
A polarização cresceu em 2021, com as manifestações de 7 de setembro. Jair Bolsonaro subiu o tom, chamando Alexandre de Moraes de “canalha” em discursos inflamados, enquanto milhares de apoiadores pediam o fechamento do STF.
O Supremo Tribunal Federal respondeu com mais investigações, incluindo o inquérito das milícias digitais, que apurava o financiamento de redes de desinformação. Aqui, o conflito deixou de ser apenas jurídico e virou um embate cultural, com o STF sendo visto como herói por uns e vilão por outros.
Jair Bolsonaro: o símbolo de resistência contra o STF

Jair Bolsonaro, eleito em 2018 com uma plataforma conservadora e antiestablishment, encontrou em Alexandre de Moraes um adversário que alimentava sua narrativa de vítima. Para seus apoiadores, Bolsonaro representava o povo contra as elites, incluindo o judiciário.
Pesquisas da época, como as do Datafolha, mostravam que 60% dos brasileiros aprovavam o Supremo Tribunal Federal, mas entre os bolsonaristas, a rejeição a Moraes chegava a 80%. Era como se o Brasil estivesse dividido em dois times: um que via o STF como protetor da democracia e outro que o acusava de autoritarismo.
Donald Trump, que enfrentava suas próprias batalhas após a derrota eleitoral de 2020, começou a traçar paralelos. Em entrevistas, ele sugeria que as ações contra Jair Bolsonaro lembravam a “perseguição” que ele próprio enfrentava nos EUA.
Essa narrativa de vitimização ressoava com os apoiadores de Bolsonaro, que viam no ex-presidente um líder injustiçado, lutando contra um sistema corrupto. O palco estava montado para o que viria a seguir.
A escalada para 2022 e 2023: eleições e o 8 de janeiro
As eleições de 2022 foram um divisor de águas. Jair Bolsonaro perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva, mas questionou o resultado, alegando fraudes nas urnas eletrônicas – uma tática semelhante à de Donald Trump em 2020. Alexandre de Moraes, que também presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), respondeu com multas e suspensões de canais bolsonaristas que espalhavam desinformação sobre o processo eleitoral.
A tensão explodiu em 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Jair Bolsonaro invadiram o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, em uma tentativa de golpe que ecoava o ataque ao Capitólio nos EUA.
Alexandre de Moraes liderou as investigações pós-8 de janeiro, ordenando prisões de suspeitos, bloqueios de contas bancárias e até a inelegibilidade de Jair Bolsonaro até 2030. Para os bolsonaristas, isso era a prova final de uma “ditadura judicial”.
Para os defensores do STF, era a democracia sendo protegida de um golpe. Donald Trump, já fora do poder, começou a comentar publicamente, chamando as ações contra Bolsonaro de “injustiça” e comparando-as à sua própria situação. Essa solidariedade transnacional fortaleceu a narrativa de que Jair Bolsonaro era um mártir político.
A entrada de Donald Trump: sanções e o Global Magnitsky Act
A reeleição de Donald Trump em novembro de 2024 trouxe o conflito para o cenário global. Empossado em janeiro de 2025, Trump intensificou seu apoio a Jair Bolsonaro, convidando-o para eventos nos EUA – convites que Alexandre de Moraes bloqueou, citando riscos de fuga, já que Bolsonaro estava sob investigação. Isso foi interpretado por Trump como uma afronta pessoal. Em abril de 2025, Elon Musk, dono do X e aliado de Trump, entrou na briga, chamando Alexandre de Moraes de “ditador” após ordens para remover conteúdos extremistas. A recusa de Musk levou à suspensão temporária do X no Brasil, aumentando a tensão.
O ápice veio em julho de 2025. No dia 18, o Departamento de Estado dos EUA revogou vistos de Alexandre de Moraes e outros aliados no Supremo Tribunal Federal. Em 30 de julho, Trump assinou uma ordem executiva impondo tarifas de 50% sobre importações brasileiras, como aço e produtos agrícolas, justificando-as como resposta a um “desequilíbrio comercial”, mas deixando claro que a motivação era o “julgamento injusto” contra Jair Bolsonaro.
No dia 31 de julho, os EUA aplicaram o Global Magnitsky Human Rights Accountability Act, promulgado pelo Congresso americano em 2016, contra Alexandre de Moraes. Essa lei permite ao governo dos EUA sancionar funcionários estrangeiros por “abusos graves de direitos humanos”, como censura ou detenções arbitrárias. Os ativos de Moraes em território americano foram congelados, uma medida vista como retaliação direta às suas ações contra bolsonaristas.
Donald Trump defendeu as sanções em discursos, comparando o Supremo Tribunal Federal a um “tribunal que persegue patriotas”. O governo Lula condenou as medidas como “interferência inaceitável”, e o STF se uniu em defesa de Moraes. Para os apoiadores de Jair Bolsonaro, as sanções foram um momento de celebração, com posts nas redes sociais chamando-as de “justiça divina”. Para os críticos, era um ataque à soberania brasileira, com consequências econômicas graves.
Impactos econômicos e diplomáticos das ações de Trump
As tarifas impostas por Donald Trump não são apenas simbólicas. Setores como agricultura e indústria siderúrgica, que dependem das exportações para os EUA, enfrentam perdas estimadas em bilhões de reais. O Supremo Tribunal Federal planeja uma resposta coletiva, possivelmente apelando a organismos internacionais como a Organização dos Estados Americanos (OEA).
Jair Bolsonaro, por sua vez, negou envolvimento direto nas pressões de Trump, mas seus aliados, como o filho Eduardo Bolsonaro, celebraram publicamente. Alexandre de Moraes, agora sob sanções internacionais, continua atuante no Brasil, mas a pressão externa pode influenciar suas decisões futuras, criando um dilema entre manter a firmeza e evitar escaladas diplomáticas.
Opinião pública: o apoio fervoroso a Jair Bolsonaro contra Alexandre de Moraes
O Brasil está dividido como nunca. Entre os apoiadores de Jair Bolsonaro, que representam cerca de 30-40% da população segundo pesquisas recentes, Alexandre de Moraes é visto como um símbolo de autoritarismo. Manifestações em 2024, como as de São Paulo, reuniram milhares pedindo o impeachment de Moraes e a volta de Bolsonaro ao poder. No X, a rede social virou um campo de batalha, com posts chamando o Supremo Tribunal Federal de “ditadura togada” e Moraes de “tirano”. Cerca de 68% das menções a Moraes no X são negativas, segundo análises de sentimento.
Por outro lado, uma parcela significativa da população – cerca de 27%, segundo a Quaest – vê Alexandre de Moraes como um defensor da democracia, especialmente após o 8 de janeiro. No entanto, 56% dos brasileiros acreditam que ele “ultrapassa limites” em suas decisões.
Os bolsonaristas mantêm uma lealdade inabalável a Jair Bolsonaro, comparando-o a Donald Trump como um líder perseguido por um sistema corrupto. Essa narrativa de vitimização ganhou força com as sanções de Trump, que muitos veem como um apoio externo à causa bolsonarista.
Vozes nas redes: a divisão social em torno de Jair Bolsonaro
Nas redes sociais, o debate é visceral. Enquanto alguns defendem Alexandre de Moraes como “herói contra o golpismo”, a maioria dos bolsonaristas clama por mudanças drásticas no Supremo Tribunal Federal. Frases como “Bolsonaro é o povo” e “Fora Moraes” dominam as discussões no X, refletindo uma sociedade profundamente polarizada. Essa divisão não é apenas virtual: em conversas familiares, cafés e bares, brasileiros debatem se o STF é uma barreira contra o autoritarismo ou um obstáculo à liberdade.
Propostas para limitar o Supremo Tribunal Federal: a PEC contra Alexandre de Moraes
Não existe uma “lei que acaba com Moraes”, mas propostas legislativas buscam limitar os poderes de ministros como ele. A mais proeminente é a PEC 8/2021, aprovada no Senado em 2023, que proíbe decisões monocráticas em casos de suspensão de leis, exigindo votação colegiada no Supremo Tribunal Federal. Apelidada de “PEC da Vingança” por bolsonaristas, ela é vista como uma forma de frear ações unilaterais de Alexandre de Moraes, como suspensões de redes sociais ou prisões preventivas.
Em 2025, a PEC avança na Câmara, impulsionada pela pressão de Donald Trump e pelos apoiadores de Jair Bolsonaro. Outra proposta, a PEC 35/2015, sugere mandatos fixos de oito anos para ministros do STF, em vez da vitaliciedade atual.
Críticos, incluindo o próprio Supremo Tribunal Federal, alertam que essas mudanças podem enfraquecer a independência judicial. Já os bolsonaristas veem como uma correção necessária contra o “ativismo judicial”. O governo Lula resiste, mas a pressão internacional e interna mantém o debate aceso.
Impactos potenciais da PEC no caso de Jair Bolsonaro
Se aprovada, a PEC 8/2021 poderia mudar o jogo para casos como o de Jair Bolsonaro, exigindo que decisões como prisões ou bloqueios sejam tomadas pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, não apenas por Alexandre de Moraes.
Isso poderia reduzir a percepção de abuso judicial, mas também levantar preocupações sobre a politização do STF. O apoio de Donald Trump às reformas reforça a narrativa bolsonarista, mas cria tensões diplomáticas que o Brasil terá que enfrentar.
Um Brasil no epicentro de uma crise global
O embate entre Alexandre de Moraes, Donald Trump, Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal é mais do que uma disputa de personalidades – é um teste para a democracia brasileira. As sanções de Trump, baseadas no Global Magnitsky Act de 2016, mostram como questões internas podem se globalizar, impactando a economia e a soberania do país. Enquanto Moraes defende a ordem democrática, Bolsonaro galvaniza sua base, e o STF luta para manter sua independência.
Quanto a outros alvos do governo americano para sanções pela lei Magnitsky, em julho de 2025, Alexandre de Moraes é o único indivíduo brasileiro listado sob essas sanções específicas, conforme atualizações do Departamento do Tesouro dos EUA (OFAC) e comunicados do Departamento de Estado. Não há registros de outros nomes brasileiros adicionados à lista SDN (Specially Designated Nationals) sob o Global Magnitsky Act nesse período.
No entanto, em ações relacionadas, o Departamento de Estado revogou vistos de viagem para Moraes e sete outros juízes do Supremo Tribunal Federal em 18 de julho de 2025, como medida complementar por supostas violações de direitos humanos, mas essas revogações não constituem sanções financeiras diretas sob a lei Magnitsky. Discussões em redes sociais e mídia sugerem que o foco permanece em Moraes, sem indícios de expansões imediatas para outros alvos brasileiros.
Finalizando: Lei Magnitsky detalha o que acontece com Moraes após decisão do governo Trump

Dispositivo foi criado para impor sanções econômicas a indivíduos acusados pela Casa Branca de violações graves contra os direitos humanos e é apelidado de ‘pena de morte financeira’.
- Bens e Interesses bloqueados: tudo que estiver no nome do ministro e que esteja nos Estados Unidos ou sob controle de pessoas dos EUA serão bloqueados e devem ser reportados ao Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) – inclusive empresas com 50% ou mais de participação de Moraes.
- Proibição de transações: exceto com autorização específica do OFAC, cidadãos americanos estão proibidos de realizar qualquer transação que envolva bens ou interesses em propriedade de Moraes, seja nos EUA ou em trânsito, incluindo fornecer ou receber fundos, bens ou serviços. Caso a ordem seja desrespeitada, essas pessoas ou instituições financeiras podem ser sancionadas também
- Penalidades por violações: caso as sanções não sejam respeitadas, o ministro pode receber penalidades civis ou criminais – mesmo que elas ocorram sem a intenção (strict liability), ainda assim ele pode ter que responder, se assim determinar o OFAC.
Ainda segundo o documento, o “objetivo principal das sanções não é punir, mas sim provocar uma mudança positiva de comportamento”.
Nos argumentos que justificam a aplicação das sanções, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, mencionou diretamente a suposta “caça às bruxas”, como classificou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Essa história, com suas camadas de intriga e polarização, nos lembra que o equilíbrio entre justiça e liberdade é frágil.