A eterna repressão às mulheres

A eterna repressão às mulheres

Foto: Ronaldo Gutierrez

Montagem teatral retrata a opressiva sociedade patriarcal no final do século XIX

Se engana quem pensa que sociedades machistas e opressoras dos direitos das mulheres são males do nosso tempo.

Praticamente desde o surgimento da civilização minimamente organizada as mulheres são sufocadas e relegadas a condição de cidadãs de segunda classe.

Essas mazelas sociais estão entre nós desde sempre e, partindo deste princípio, o espetáculo “Hedda Gabler”, em cartaz no Auditório MASP, a partir de 28 de junho, “encarna o profundo mal-estar existencial da mulher no final do século XIX”.

Texto do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen (1828-1906), escrito em 1890, nos apresenta a voluntariosa e fascinante Hedda Gabler (Karen Coelho) que “na volta da lua-de-mel descobre que não vai suportar viver o que considera uma vida medíocre junto a seu marido”.

O espetáculo é dirigido pela premiada Clara Carvalho, também responsável pela tradução e, além de Karen Coelho tem no elenco Guilherme Gorski, Carlos de Niggro, Chris Couto, Nábia Villela, Mariana Leme e Sergio Mastropasqua.

No palco, vemos por quase duas horas, a tragicomédia na qual a personagem de Coelho não consegue descobrir uma vocação e nem alguma atividade que lhe traga autonomia econômica. Tentando desastradamente manipular o jogo patriarcal vigente se vê encurralada diante de uma vida sem nenhum prazer.

Filha única de um militar que lhe deixou de herança apenas um piano, um quadro, duas pistolas e a arrogância, Hedda casa-se sem amor com um homem que não admira e cria para si mesma uma armadilha sem saída. Ela é convencional demais para bater a porta e sair do casamento (como Nora, de Casa de Bonecas) ou aceitar o triângulo amoroso proposto pelo Juiz Brack, por considerar o adultério uma condição vulgar; mas também é inquieta: rejeita sua gravidez e não suporta a vida conjugal com um homem que considera medíocre”, ressalta.

Apesar de nos transportar para Cristiânia, atual Oslo, capital da Noruega, no final do século XIX, “Hedda Gabler” é profundamente atual e tem cenário criado por Chris Aizner e figurinos de Marichelene Artisevskis.

SERVIÇO:

Hedda Gabler

Estreia 28 de junho, sexta-feira, às 20h, no Auditório do MASP.

Temporada: De 28 de junho a 25 de agosto. Sextas e sábados, às 20h e domingos, às 18h.

Classificação: 14 anos. Duração: 110 minutos.

Ingressos: R$ 80,00 (inteira) R$ 40,00 (meia)

Bilheteria Masp: https://masp.byinti.com/#/event/hedda-gabler

Auditório do MASP

Av. Paulista, 1578

Capacidade: 344 lugares

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