Franco da Rocha reabrirá Museu Osório Cesar após mais de uma década fechado
Quais limites divisam a loucura e a lucidez? Quem define os parâmetros do que é considerado arte e do que não é? Essas questões reverberam há mais de 80 anos dentro dos muros do Hospital do Juquery, símbolo da psiquiatria no país. Nesse cenário, por iniciativa do médico Osório Cesar, foram iniciados os primeiros estudos da arteterapia, método que resultou na criação de um museu que leva seu nome e que transformou a vida de milhares de pacientes psiquiátricos no Brasil.

Fundado em 1985, o Museu Osório Cesar encerrou as atividades há 14 anos. Após um processo de restauro, a instituição reabrirá as portas para o público no dia 1º de dezembro de 2020, exibindo uma mostra de 270 trabalhos artísticos produzidos pelos internos do Juquery.
A reabertura do museu representa um marco na história do município de Franco da Rocha, que nasceu a partir da criação de uma colônia psiquiátrica, que na década de 70 chegou a atender cerca de 16 mil pacientes, tornando-se a maior da América Latina. A trajetória da cidade se entrelaça entre a loucura, a ciência e o pioneirismo do uso a arte como instrumento terapêutico, que agora ressignifica o estigma daquela que, por muitos anos, foi conhecida como “cidade dos loucos”, abrindo um novo caminho para o turismo cultural da região metropolitana do estado de São Paulo.
O acervo do MAOC conta com mais de 8 mil criações, símbolos da potência dos internos para produzir obras que versam sobre experiências distintas de conexão dos alienados com o mundo.
A instituição abriga uma sala de vídeo para sensibilização, sala de exposição de médio porte, três salas de exposição de pequeno porte, loja de conveniência, um café e uma área educativa para interação dos frequentadores com atividades ligadas à arte.
Serviço
Reinauguração do Museu de Arte Osório Cesar
Dia 1º de dezembro, às 16h30, no Complexo Hospitalar do Juquery
Fonte: PMFR