Filippe Moura junta Pop e MBP
Em meio ao bloqueio criativo que tomou conta da música brasileira é prazeroso ouvir um artista que une pop e MPB com maestria. Oásis de talento em meio a um marasmo desértico/bundalizante, que já vem de longa data, o cantor e compositor Filippe Moura vai sedimentando sua estrada. Moura é também ótimo violonista, graduado na UNICAMP, e a inspiração pelo instrumento veio de Ulisses Rocha, referência gigantesca das seis cordas em nosso país.

Em 2018 o cantor lançou seu debute discográfico, o EP “Ilha”, o qual trouxe a produção de Luiz Carlos Maluly e participação de Nego Jam (RZO), com rimas maneiras, João Maia e Vitor Loureiro nas composições e parceria musical. Para suceder “Ilha”, Filippe Moura não deixou a peteca cair e o novo trabalho supera o anterior mostrando evolução e maturidade naturais. Ao invés de lançar mídia física, pelo menos por enquanto, Filippe Moura optou em disponibilizar “Canto a Canto” nas redes sociais o qual traz onze canções entre próprias e de autores distintos.
Acompanhado por um timaço que inclui Marcos “Caixote” Pontes (piano e arranjos) e Albino Infantozzi (bateria) a beleza das canções convida a ouvir mais de uma vez. Entre as releituras estão “De Noite na Cama” (Caetano Veloso), “Fullgás” (Antônio Cícero e Marina Lima), “Here Comes The Sun” (George Harrison) e “À Francesa” (Antônio Lima/ Cláudio ZollY). Dentre as autorais, destaque para “Tempo Rei”, “Corrente” e “Miragem (Na sua onda)”. O primeiro single de trabalho é “Pode Dar Certo”, parceria de Moura com a rapper carioca Thai, que inclusive participa em dueto. Mais uma mostra do grande potencial de Filippe Moura.