Josef Mengele, conhecido como o “Anjo da Morte”, foi um médico nazista cuja crueldade durante a Segunda Guerra Mundial o transformou em um dos nomes mais infames da história.
Seus experimentos desumanos em Auschwitz e sua fuga para o Brasil, onde viveu impune até a morte, são capítulos sombrios que continuam a intrigar e horrorizar o mundo.
Neste artigo vamos explorar a vida de Mengele a tragetória para o Brasil, suas ações no campo de concentração e o impacto duradouro de suas atrocidades.
A Origem de Mengele, o “Anjo da Morte”: Um Médico Fascinado por Eugenia
Josef Mengele nasceu em 1911, em Günzburg, Alemanha, em uma família rica.
Desde jovem, ele se destacou academicamente, obtendo doutorados em medicina e antropologia, suas pesquisas se concentraram em eugenia, uma pseudociência que defendia a “melhoria” da humanidade por meio da manipulação genética. Em 1937 aderiu ao Partido Nazista e, logo depois, à SS, seduzido pela ideologia de superioridade racial.
Esse período inicial moldou o caminho de Mengele para Auschwitz. Ele via na ciência uma forma de concretizar os ideais nazistas, sem qualquer apego por princípios éticos.
Assim, o futuro “Anjo da Morte” começou a construir sua reputação como um médico obcecado por controle e perfeição racial.
Mengele, o “Anjo da Morte”, em Auschwitz: Experimentos Cruéis e Sadismo
Em 1943, Mengele chegou a Auschwitz, onde assumiu um papel central no campo de extermínio.
Na plataforma de seleção, ele decidia o destino dos prisioneiros com um aceno: morte imediata nas câmaras de gás ou trabalho forçado. Alguns, porém, eram poupados para algo pior: seus experimentos médicos, foi aí que o apelido “Anjo da Morte” ganhou vida, refletindo sua frieza e autoridade absoluta.
Mengele estava particularmente interessado em gêmeos idênticos, pessoas com heterochromia iridum (olhos de duas cores diferentes), anões e pessoas com anormalidades físicas.
Seus métodos eram brutais como por exemplo:
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Cirurgias experimentais: Sem anestesia, ele realizava procedimentos como esterilizações e tentativas de costurar gêmeos para formar siameses.
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Testes letais : Injetava substâncias químicas nos olhos das vítimas para mudar sua cor ou infectava um gêmeo com doenças para comparar os efeitos com o outro.
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Tortura física: Submetia prisioneiros a choques elétricos e temperaturas extremas, documentando os resultados com precisão fria.
Além dos gêmeos, ele também explorava pessoas com características únicas, como anões ou indivíduos com deformidades. Milhares de judeus, ciganos e outras minorias sofreram ou morreram em suas mãos, enquanto o médico nazista justificava suas ações como “progresso científico”.
A Fuga de Mengele, o “Anjo da Morte”: Da Alemanha ao Brasil
Com a derrota nazista em 1945, Mengele sabia que seria alvo de justiça. Usando redes de ex-nazistas, ele escapou para a América do Sul, passando por Argentina e Paraguai antes de chegar ao Brasil.
Sob nomes falsos, como “Wolfgang Gerhard”, viveu discretamente, mas sem abandonar sua arrogância, nos anos 1960, associou-se à família Stammer, morando em uma fazenda em Caieiras, São Paulo.
Durante sua estadia no país, ele trabalhou em duas empresas, uma delas a Melhoramentos, uma fábrica de papel localizada em Caieiras, na Grande São Paulo.
Por cinco anos, Mengele atuou como chefe de manutenção, um cargo que, apesar de modesto, lhe conferia certa estabilidade e anonimato.
Em uma carta enviada em 22 de novembro de 1972 ao amigo austríaco Wolfgang Gerhard, Mengele expressou sua frustração ao ser demitido da Melhoramentos.
Ele descreveu o episódio como um golpe inesperado, especialmente porque acreditava estar em ascensão dentro da empresa, a demissão ocorreu durante uma reestruturação organizacional, desencadeada por uma parceria com uma companhia alemã do setor de papel. Mengele, que falava alemão fluentemente, via-se como um ativo valioso nesse novo cenário, mas suas expectativas foram frustradas.
A Queda de um “Homem em Ascensão”
Na carta, Mengele relatou com amargura como se sentia próximo de alcançar um cargo mais alto na fábrica.
Ele escreveu que, como o único funcionário fluente em alemão, acreditava estar destinado a se destacar na reestruturação.
“Eu era praticamente o novo talento promissor da empresa”, confidenciou a Gerhard, revelando sua confiança em um futuro profissional melhor.
No entanto, a chegada de um colega japonês, chamado Fabio, mudou o rumo de seus planos.
Fabio, que já trabalhava na fábrica há cerca de um ano, tornou-se uma ameaça às ambições de Mengele, quando a reestruturação foi concluída, o cargo de gerente técnico, que Mengele almejava, foi entregue a Fabio.
O médico nazista especulou que sua própria ascensão incomodava o colega, sugerindo que Fabio teria influenciado sua demissão.
“Todos sabiam que eu estava crescendo na empresa, inclusive Fabio”, escreveu Mengele, insinuando que o rival agiu para proteger sua posição.
Mais tarde, mudou-se para Diadema e, finalmente, para um bangalô em Bertioga, no litoral paulista.
Em 1977, seu filho Rolf o visitou e encontrou um homem doente, mas sem remorsos, Mengele, o “Anjo da Morte”, morreu em 1979, afogado enquanto nadava, vítima de problemas de saúde como hipertensão e um derrame anterior.
Foi enterrado em Embu das Artes, sob a identidade falsa, escapando para sempre do julgamento.
O Legado de Mengele, o “Anjo da Morte”: Crueldade e Lições do Holocausto
O impacto de Josef Mengele, o “Anjo da Morte”, vai além de suas ações em Auschwitz.
Ele simboliza a desumanização extrema e os perigos do fanatismo irrestrito, sua impunidade no Brasil é uma ferida aberta para as vítimas do Holocausto e um lembrete da falha em capturar todos os responsáveis por crimes de guerra.
Em 1985, quando seu túmulo foi descoberto, o mundo tomou consciência de como ele viveu seus últimos anos sem punição.
Parar para refletir sobre Mengele é essencial para manter viva a memória do Holocausto, suas atrocidades nos ensinam sobre a fragilidade da ética em tempos de intolerância e sobre a necessidade de combater a injustiça.
O “Anjo da Morte” morreu, mas seu nome permanece como um alerta eterno.
Referências:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Josef_Mengele