A música da Legião Urbana atravessa gerações

A música da Legião Urbana atravessa gerações

Foto: Divulgação

Show no Espaço UNIMED reuniu fãs de várias idades, celebrando as canções de Renato Russo

Quem foi ao Espaço UNIMED no último sábado (6) conferiu uma grande comunhão entre pessoas de idades e gerações distintas. Todos estavam ali por um mesmo motivo: ouvir, cantar, curtir e reverenciar a Legião Urbana, uma das bandas mais importantes da geração 80.

Curiosamente o grupo formado no início daquela década tem mais tempo de inatividade que atividade. De 1982, até a morte de seu líder e principal letrista, Renato Russo, em 1996, a banda de Brasília reinou quase que absoluta entre seus contemporâneos.

Excepcional letrista e poeta, Renato Russo, nos deixou em outubro de 1996, por complicações causadas pelo HIV e suas canções falam diretamente aos jovens, expondo anseios, frustrações e conflitos de quem se identificava e identifica com seus versos.

“Tempo Perdido”, “Teatro dos Vampiros”, “Vento no Litoral”, “Pais e Filhos” e “Meninas e Meninas” estão entre as grandes músicas da Legião, atuando como fio condutor da ânsia de quem quer gritar ao mundo e se fazer ouvir. Ou seja, são atemporais. Apesar de ter encerrado atividades há 27 anos o grupo é muito reverenciado e seu legado  continua por intermédio dos membros fundadores: o guitarrista Dado Villa-Lobos e o baterista Marcelo Bonfá.

A casa lotada por jovens, aqueles não tão jovens e os que chegaram à melhor idade, trouxe uma ótima apresentação capitaneada por Bonfá e Villa-Lobos, ladeados por André Frateschi (vocal), Lucas Vasconcellos (guitarra), Mauro Berman (diretor musical e baixista) e Pedro Augusto (teclados).

O show/turnê chamado “As V Estações” marca as comemorações de três décadas dos álbuns “As quatro estações” (1989) e “V” (1991). Entretanto, o repertório passeou por toda a discografia dos brasilienses.

Foram duas horas de harmonia e cumplicidade entre banda e fãs. Verdadeira demonstração de devoção à música da Legião Urbana e reverências a Renato Russo. Cada canção foi cantada a plenos pulmões. No palco Frateschi interpretava de maneira correta as músicas, sem tentar ser Renato Russo.

Bonfá e Villa-Lobos também se destacaram nos mics. O guitarrista mandou bem em “Soldados” e “Indíos”. Por sua vez, o batera fez um belo dueto com Frateschi em “Vento no Litoral”.

Um repertório irresistível e amplo, com a banda se dando ao luxo de deixar de fora hits como “Angra dos Reis”, “Eduardo e Mônica”, “Geração Coca-Cola”, “Será”, “Que país é esse?”, “Perfeição” e “Ainda é Cedo”.

Os caras poderiam fazer, tranquilamente, um show de três horas, sem repetir nenhuma música. O espólio musical da Legião Urbana é espetacular.

Por volta da meia-noite o sexteto deixou o palco para voltar poucos minutos depois. Ovacionados pelo público traziam uma bandeira com os rostos de Bonfá, Villa-Lobos, Renato Russo e Renato Rocha (1962-2015), baixista da formação clássica do grupo.

Aos gritos de “Renato, Renato, Renato”, a banda encerrou a magistral apresentação com “Metal contra as nuvens”. Show irretocável.

 

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *