A complexidade de James Joyce

A complexidade de James Joyce

Foto: Matheus José Maria

Espetáculo com Bete Coelho traz trechos finais da obra “Ulisses”, clássico do escritor irlandês

Lançado em 1922, “Ulisses” é considerado a obra-prima de James Joyce (1882-1941) pela profundidade contida em suas páginas. Dividido em 18 capítulos o livro é adaptação do poema “Odisseia”, de Homero e sua técnica narrativa o coloca como um dos mais importantes da literatura moderna.

Sua relevância é tamanha que figura entre os 100 maiores livros do século XX, de acordo com enquete do jornal francês Le Monde. “Ulisses” é tão desafiador quanto apaixonante por, além de tudo, trazer uma trama que se passa num único dia em Dublin, Irlanda. O desenrolar acontece em 18 horas no dia 16 de junho de 1904. Um livro realmente envolvente por toda sua estrutura literária.

Passado um século do lançamento, “Ulisses” é ainda objeto de estudos de pesquisadores, dramaturgos, escritores e profissionais de teatro. James Joyce teria dito certa vez que “colocara no livro tantos enigmas e quebra-cabeças que iriam manter professores ocupados durante séculos discutindo sobre o que quis dizer”.

Com isso o romance se tornou imortal. O livro, quando do lançamento, causou tanto furor por abordar temas polêmicos que acabou censurado em países como Estados Unidos e Reino Unido.

Joyce tinha razão. Cem anos depois “Ulisses” se mantém necessário para debates, discussões literárias e montagens teatrais.

Uma delas é “Molly Bloom”, em cartaz até 26 de março no Teatro Unimed, na Alameda Santos, em São Paulo.
Bete Coelho e Roberto Audio dão vida à Molly e Leopold Bloom, personagens centrais da trama de Joyce reproduzindo os trechos finais de “Ulisses”.

A montagem da Cia BR 116 tem direção de Bete Coelho e Daniela Thomas e tradução de Caetano W. Galindo e codireção de Gabriel Fernandes.

No palco vemos Leopold Bloom voltar para casa depois de circular por 16 horas em Dublin. A esposa Molly está dormindo, ou aparenta estar. Leopold se deita no intuito de não incomodâ-la e cai no sono. A partir daí Molly “viaja” em devaneios rumo ao passado, com lembranças do pai, a infância em Gibraltar, casamento, adultério, o filho morto e toda sorte de fluxo consciente que lhe venha à mente.

Bete Coelho diz ter “incluido na montagem trechos do episódio anterior, no qual Leopold Bloom, finalmente sozinho depois de um dia longo e cansativo, se prepara para deitar na cama com a esposa, que, ele sabe, cometeu adultério naquele dia”.

Isso fez Molly e Leopold se reconectar num efeito profundamente transformador.
“Trazer o final do capítulo anterior permite ao público conceber de maneira muito mais plena aquele mundo, aquelas pessoas e a integralidade do livro “Ulisses”. Além disso, destaca também o pensamento revolucionário da consciência e da sexualidade femininas presentes nas falas de Molly Bloom”, conclui Coelho.

SERVIÇO

Molly Bloom
Teatro Unimed
Até 26 de março
Ed. Santos Augusta, Al. Santos, 2159, Jardins, São Paulo
Curta temporada: até 26 de março de 2022 (não haverá espetáculo de 17 a 19 de fevereiro, Carnaval)
Horários: sextas e sábados, às 20h. Domingos, às 18h
Valores: Inteira – R$ 140,00 (plateia), R$ 100,00 (balcão). Meia-entrada – R$ 70,00 (plateia) e R$ 50,00 (balcão).
Clientes Unimed têm 50% de desconto com apresentação da carteirinha. Descontos não cumulativos.
Horários da Bilheteria: Sexta e sábado, das 12h30 às 20h30. Domingos, das 10h30 às 18h30.
Duração: 75 minutos
Classificação: 14 anos
Capacidade: 249 lugares
Gênero: Comédia dramática
Acessibilidade: Ingressos para cadeirantes e acompanhantes podem ser reservados pelo e-mail contato@teatrounimed.com.br
Recomenda-se o uso de máscara durante todo o espetáculo.
Estacionamento com manobrista: R$ 25,00 (primeira hora) + R$ 10,00 (por cada hora adicional)
Vendas pela internet: www.sympla.com.br/teatrounimed

www.teatrounimed.com.br

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