‘Zé Canela’, um violeiro de muito respeito

‘Zé Canela’, um violeiro de muito respeito

Ele é músico desde criança e hoje, aos 88 anos, arranca aplausos pelos palcos que passa e exibe seu talento. Estamos falando de José de Moraes Caner, carinhosamente chamado de Zé Canela em Caieiras e região.

Natural de Bragança Paulista, o músico veio para Caieiras com 2 anos de idade e se apaixonou pela cidade. Pai de três filhos e avô de dois netos, ele conversou com a reportagem do Regional News e contou muitas curiosidades da vida de artista pelos palcos do Brasil e do mundo.

Músico por influência do pai, Zé Canela não teve outra profissão. “Meu pai, Vespasiano Caner, era um tremendo violeiro. Tocava viola caipira, Zé do Rancho… esse tocava mesmo. Só música raiz. Eu tinha 2 anos de idade e me lembro ainda hoje de querer e entrar na viola dele. O som me fascinava”, disse.

Aos 5 anos já mostrava seu talento. “Sempre me pediam para tocar nas festas e a partir daí toquei em casa de amigos, serenatas, baile, teatro, carnaval e até em cemitério”, falou. Sorrindo, ele explicou essa situação. “Uma vez me pediram para tocar no velório de um amigo músico, pois ele queria que quando morresse os amigos tocassem para ele”.

Zé Canela e sua filha Cris Caner, que também seguiu na carreira musical – Foto: Arquivo Pessoal

Grande inspiração até hoje, Zé Canela fala da admiração que teve pelo multi-instrumentista carioca Toco Preto. “Ele tocava muito e com ele toquei por 20 anos”, destacou.

Ele também falou com orgulho de uma das filhas que se seguiu os seus passos. “Cris Caner é artista, canta, produz e sempre gostou da música. Trabalhou no México para a Televisa, gravou discos e ao seu lado tocamos no centro cultural Casa Lamm, na Cidade do México”, comentou.

Zé Canela ainda sobe aos palcos em Caieiras e eventos fora da cidade e por onde passa é aplaudido.” Toco direto com vários amigos daqui de Caieiras e com outros de São Paulo também”, ressaltou, falando do seu gosto musical. “Eu gosto de tudo desde que seja bom: samba, choro, bossa nova, bolero e sertanejo raiz”, revelou.

Entrevista completa

Regional News – Quantos filhos e netos o senhor tem?
Zé Canela – Tenho 3 filhos, a Cris Caner (cantora), Marli Moraes (artista plástica) e o Roberto Canelli, o mais velho que é pedagogo, e trabalha com assessoria para bancos. Tenho 3 netos: Caue, Benjamim e Giovanna que é psicóloga, atriz e tocava muito bem violino.

RN – Sempre foi músico ou teve outra profissão?
ZC – Sempre fui músico desde criança por influência do meu pai Vespasiano Caner que era um tremendo violeiro, tocava muito! Viola caipira, tocava Zé do Rancho… esse tocava mesmo! Só música raiz! Eu tinha 2 anos de idade e me lembro ainda hoje de querer entrar na viola dele. O som me fascinava. Meus irmãos também tocavam e cantavam.
Desde os 5 anos eu já tocava e na escola também. Sempre me pediam para tocar nas festas e a partir daí toquei em casa de amigos, serenatas, baile, teatro, Carnaval e até em cemitério (rsrs) Certa vez me pediram pra tocar no velório de um amigo músico, pois ele queria que quando morresse os amigos tocassem para ele.

RN – Se inspirou e, ainda, se inspira em alguém da música?
ZC – Sim. Tenho muita admiração e gosto muito do estilo do multi-instrumentista carioca Toco Preto. Ele tocava muito e com ele toquei por 20 anos. Ele tocou com os grandes músicos do Choro da velha guarda como Waldir Azevedo, Zé da Velha e Ademilde Fonseca. Também fazia parte do grupo tradicional ‘Chapéu de Palha’. Ele era versátil, tocava de tudo e eu também gosto de tocar de tudo, desde que seja música boa.

Zé Canela se apresentando ao lado de ‘Toco Preto’ – Foto: Arquivo Pessoal

RN – Alguém da família seguiu os passos do pai?
ZC – Sim. Minha filha Cris Caner é artista, canta, produz sempre gostou da música. Trabalhou no México pra Televisa, gravou discos e eu fui para lá também. Morei 3 meses com ela na Cidade do México e tocávamos no centro cultural Casa Lamm, além de eventos particulares, bares… foi muito bom tocar lá.

RN – Quando se apresentou pela primeira vez? Qual o local?
ZC – Na escola do primário como amador. Tinha 7 anos. Contudo, profissionalmente comecei ainda jovem em bares, casamentos, festas e bailes. Toquei muito com o saxofonista caieirense, Renato Massineli, com o Geraldino, e com o baterista Bibi. Tínhamos uma banda e fazíamos carnavais, eventos, bailes. Foi uma época muito boa.

RN – Qual o ritmo que mais lhe agrada?
ZC – Ah, eu gosto de tudo desde que seja bom. Samba, choro, bossa nova, bolero e sertanejo raiz.

RN – Ainda canta e toca?
ZC – Opa. Toco direto com vários amigos daqui de Caieiras e com outros de São Paulo também. Me apresento na tradicional feira de artesanato na Praça Benedito Calixto, em Pinheiros (SP), com o Grupo Choro da Benedito aos sábados, atualmente quinzenalmente.
Eu também já toquei programa Altas horas, da Globo, e em várias rádios.

RN – Onde se apresenta na atualidade?
ZC – Além da Praça Benedito Calixto, também no projeto Quintas Culturais, na feijoada na Nova Caieiras com os amigos Peroba, Zezá, Rafinha, e também toco no Sarau Porco a Pá, da Cristina Fuentes e Katia Frediani. Dia 2 e 16 de setembro farei uma apresentação com minha filha Cris Caner e o Maestro e pianista Marinho Boffa no projeto chamado “Noite de Cantoria”.

RN – Conte alguma curiosidade desse mundo da música.
ZC – Uma vez estávamos com o grupo de baile tocando na Avenida dos Estudantes e, de repente, ligaram aquela máquina de fazer fumaça. Só que não sabíamos. Daí o Renato assustou, ficou apavorado, pois pensou que estava pegando fogo no palco, paramos de tocar para sair de lá. Depois percebemos que não era fogo e sim a máquina. Foi só risada

Zé Canela em uma de suas apresentações – Foto: Arquivo Pessoal

RN – O que deixa de mensagem aos músicos mais jovens ou pretendem ser?
ZC – Diria para eles sempre gostarem de música boa. Querer aprender sempre. Eu mesmo toco, mas quero aprender mais, apesar de tocar acho que ainda não sei nada. Tocar sempre com várias pessoas e de diferentes estilos.

RN – Fique à vontade para agradecer quem desejar.
ZC – Quero agradecer de coração tudo o que vocês têm me proporcionado: shows, mídia e o principal o carinho com que sou tratado por vocês. Isso para mim é uma grande vitória!

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